terça-feira, 18 de novembro de 2014

VIRA-BOSTA


VIRA-BOSTA
(Molothrus bonariensis)

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA
Reino:
 Animalia
Filo:
 Chordata
Classe:
 Aves
Ordem:
 Passeriformes
Família:
 Icteridae
Espécie:
 M. bonariensis

Também conhecido por azulego, maria-preta, chopim, chupim, chupim-vira-bosta, melro, godero, gaudério, cupido (Maranhão), papa-arroz escuro (Paraíba) e engana tico; o vira-bosta é uma ave passeriforme da família Icteridae. Dá nome a uma canção de Renato Teixeira. É provavelmente a ave mais odiada do Brasil, principalmente por causa de seus hábitos reprodutivos parasitários, pois nunca cuida de seus próprios ovos, sempre os botando nos ninhos de outras aves para que elas criem seus filhotes. Nada menos do que 55 espécies já foram listadas como hospedeiras, desde aves maiores até menores do que o vira-bosta.


CARACTERÍSTICAS

Mede cerca de 20 centímetros. O macho adulto é preto-azulado, mas dependendo da iluminação só se enxerga a cor negra. A fêmea é marrom-escura. Pode ser confundido com agraúna (Gnorimopsar chopi), mas este é maior e possui o bico mais alongado e fino. Difere das duas outras espécies do gênero Molothrus, a iraúna-grande (Molothrus oryzivorus) e do vira-bosta-picumã (Molothrus rufoaxillaris) por ser bem menor que o primeiro e um pouco maior que o segundo, que além de ser menor que o chopim também apresenta a parte inferior das asas mais clara e uma mancha avermelada na base inferior das asas.


ALIMENTAÇÃO

Alimenta-se de insetos e sementes. Costuma frequentar comedouros com sementes e quirera de milho.


REPRODUÇÃO

Entre julho e dezembro marca o início da reprodução, mas é após o acasalamento que inicia-se a fase pela qual a espécie é mais conhecida. Esta espécie não constrói ninho e a fêmea põe 4 ou 5 ovos por postura, sendo 1 no ninho de cada hospedeiro. Porém, em ninhos de sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e joão-de-barro (Furnarius rufus), já foram encontrados 35 e 14 ovos de vira-bosta, respectivamente. Para chegar ao ninho hospedeiro, segue os “futuros pais adotivos”. Os ovos são de colorido uniforme e com a casca sem brilho, branco-esverdeados, vermelho-claros ou verdes, ou ainda com manchas e pintas, conforme a região geográfica. O tico-tico (Zonotrichia capensis) é muito parasitado e a adaptação vantajosa para o vira-bosta é a postura de seu ovo antes, ou no mesmo dia, daquela do primeiro ovo do hospedeiro. Como o período de incubação do vira-bosta é de 11 ou 12 dias, um a menos do que o do tico-tico, seu filhote, que é bem maior, nasce antes. Desta forma, o filhote do vira-bosta pode eliminar do ninho seus companheiros tico-ticos ou receber mais alimento, tendo maior probabilidade de sobrevivência. Quando abandona o ninho o filhote vira-bosta é alimentado pelos pais adotivos por 15 dias, solicitando alimento no bico através de um chamado característico, abaixando o corpo e tremulando as asas. Também podem colocar seus ovos em ninhos de galinhas domésticas, como garnisé.


HÁBITOS

Habitam paisagens abertas como campos, pastos, parques e jardins. Entre junho e setembro são muito gregárias, concentrando-se em pousos noturnos comunitários ou buscando alimentos em gramados e áreas campestres com capim baixo. Nessas concentrações, é possível observar os machos ameaçando-se mutuamente com seu característico comportamento de apontar o bico para cima e caminhar em direção ao oponente com as penas brilhando ao sol.
Na região da caatinga realizam pequenas migrações locais sempre em busca de áreas verdes e com água.
O hábito de fuçar nas fezes do gado a procura de sementes mal digeridas lhe confere seu nome popular vira-bosta. Segue o gado para capturar os insetos por ele deslocados. Aprende a comer em comedouros artificiais de aves, a catar migalhas em locais públicos e a seguir arados para capturar minhocas e outros pequenos animais. É considerado uma praga agrícola, especialmente em arrozais do sul do país. Os machos se exibem para as fêmeas com voos curtos nos quais cantam sem parar, arrepiam suas penas e batem as asas semi-abertas e também com apresentações que envolvem eriçar as penas, balançando-as rapidamente e vocalizar. Sua vocalização atinge frequências inaudíveis para os seres humanos. Na serra gaúcha, migram de meados de fevereiro a meados de setembro.


DISTRIBUIÇÃO

Ocorre em todo o Brasil e America do sul, menos na cordilheira dos Andes.


CRÉDITOS DA FOTO
Geoposicionamento: Latitude: -19.4549670   Longitude: -44.2327230   Elevação: 774.25 m
Fotógrafo: Alex Christian Ramos de Oliveira 


REFERÊNCIAS

MYGEOPOSITION. Disponivel em: http://mygeoposition.com/. Acesso: Novembro de 2014.

WIKAVES, Vira-bosta.  Disponível em:http://www.wikiaves.com.br/vira-bosta. Acesso em: Novembro de 2014.



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